Artigo publicado sobre publicidade de alimentos em outdoor - Moçambique

29 March, 2021

Estimados(as) amigos(as) HIFA-PT,

compartilhamos com vocês uma publicação sobre publicidade de alimentos em Moçambique. O artigo foi originalmente publicado em inglês ( Junho de 2020), mas apresentamos partes do resumo com tradução livre:

Sofia Sousa, Marcello Gelormini, Albertino Damasceno, Pedro Moreira, Nuno Lunet, Patrícia Padrão, Billboard food advertising in Maputo, Mozambique: a sign of nutrition transition, *Journal of Public Health*, Volume 42, Issue 2, June 2020, Pages e105–e106, https://doi.org/10.1093/pubmed/fdz041

*Publicidade de alimentos em outdoor em Maputo, Moçambique: um sinal de transição nutricional.*

"O marketing de alimentos pode modular o comportamento alimentar aumentando o consumo dos alimentos e bebidas anunciados, especialmente em crianças. As empresas multinacionais promovem produtos alimentares industrializados em todo o mundo, contribuindo para a ocidentalização de hábitos alimentares em países de baixa e média renda(LMIC)."

*Resultados:* Foram identificados 149 painéis, correspondendo a uma densidade de 18,3 painéis / km2. Todos apresentavam formato retangular e eram maiores que 1 m2. Os cartazes (n = 114,76,5%) estavam localizados em avenidas grandes e movimentadas do distrito. De todos os cartazes identificados, os produtos mais frequentemente anunciados foram alimentos e bebidas (n = 32, 21,5% ). Destes, refrigerantes (n = 8, 25,0%) e chocolate / biscoitos de chocolate (n = 7, 21,9%) foram os mais frequentes. A maioria dos painéis publicitários de alimentos e bebidas usava a língua portuguesa (n = 23,71,9%), anunciava produtos alimentícios não essenciais (n = 25, 78,1%) por empresas multinacionais (n = 19, 59,4%), voltados para a população geral (n = 29, 90,6%) e enfatizava o prazer, o sabor e a satisfação relacionados ao consumo (n = 21, 65,6%).

"Os três outdoors com publicidades direcionadas às crianças anunciavam produtos alimentícios não essenciais ricos em açúcar e gordura, como biscoitos de chocolate e goma de mascar, geralmente uma fonte de açúcar. A proximidade dos painéis com as escolas era frequente. Foi observada uma mediana de quatro escolas próximas aos "outdoors". A distância média de caminhada das escolas foi de 240 m (intervalo: 33–490 m). Semelhante a outros países LMIC, estes achados mostram uma alta disponibilidade de

"outdoors" anunciando alimentos industrializados em Maputo."

"A proximidade com as escolas é preocupante, pois crianças e adolescentes podem ainda não conseguir se proteger da promoção de alimentos não saudáveis. Este trabalho destaca a necessidade de políticas de saúde destinadas a regular e restringir a publicidade de alimentos altamente processados, com alto teor de energia e nutricionalmente pobres, nesse ambiente."

Este trabalho foi apoiado pela Agência Italiana de Cooperação em Moçambique.

Link para acesso na íntegra:

https://academic.oup.com/jpubhealth/article-abstract/42/2/e105/5479526?r...

"Compartilhe conosco sua opinião sobre o assunto. Em seu país estas práticas publicitárias tem aumentado? O que tem sido feito como política pública para resolver a questão?*

Meus melhores cumprimentos,

Pollyanna Patriota, Moderadora auxiliar do HIFA-PT